quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

“GO TO HELL SHERLOCK”



Depois de 3 anos de espera a série da BBC, Sherlock está de volta para alegria dos fãs apaixonados pela série. 


Não sofri tanto com essa longa ausência da série, pois comecei a ver ano passado, mas o pouco tempo já foi de muita ansiedade por essa estreia, e quanto maior a expetativa, maior a decepção. Eu esperava muito mais por esse retorno.

A série retorna para a quarta temporada para contar em seu primeiro episódio a tão misteriosa história da Mary, mesmo Watson dizendo eu o que importa é o futuro e não o passado, sabemos que isso é uma grande mentira, precisamos saber sobre o passado de Mary, e obviamente que esse passado veio contado dentro de um caso investigado por Sherlock.

O episódio vai se desenvolvendo no começo através de vários casos de Sherlock, assim como já vimos anteriormente na série, e aproveita esse tempo para recapitular algumas coisas que ficaram em aberto da última temporada, porém faz isso de forma muito rápida e superficial, afinal Sherlock simplesmente se livra da acusação de assassinato por uma alteração de um vídeo. Sério? Simples assim? Alteramos o vídeo, pronto, tudo certo para a nova temporada, vai daí Holmes! O excelente final da última temporada merecia mais que isso. E essa resolução simples e apressada mostra, assim como em muitos momentos do episódio, que temos uma cara de ser como uma despedida, já mostrando que essa deve ser a última temporada da série.

O episódio chega na sua história central, quando Sherlock vai investigar a morte de um menino e essa parte acaba se interligando com a história de Mary Watson, a partir de pistas nos bustos de Margaret Thatcher que aparecem quebrados em algumas cenas de crimes, daí o título do episódio “The Six Thatchers”, que só usa o nome, pois acaba não tendo nenhuma ligação com a trama, fora o fato de uma voz de mulher com sotaque britânico ao telefone. Os bustos na verdade são uma referencia a um conto chamado “Os Seis Napoleões”, onde o roubo e destruição de bustos do imperador francês desencadeiam a trama. Neles foi escondido um pen drive com a sigla A.G.R.A., assim como aquele queimado por Watson, que continha o passado de Mary.



O caso que envolve a narrativa do passado de Mary é bem fraco, explicando de forma muito superficial a história do porque do A.G.R.A., deixando ela apenas como a junção das letras dos nomes de 4 integrantes de um esquadrão de elite do qual Mary participava (ela era o R, de Rosemund, nome que ela dá para a filha) e que trabalhava como freelance para o governo britânico. Essa história não faz nenhuma relação com o significado desta sigla em outra história do detetive, servindo apenas como outra referência a uma outra história, o romance “O Signo dos Quatro”, a segunda aventura de Sherlock com Watson, um tesouro de pérolas e pedras preciosas é roubado da cidade de Agra na índia, e os ladroes o dividiriam em quatro partes iguais. Algumas teorias de internet dizem que serve esse tesouro na série é o que Mary representa para John.

Mas voltando ao caso sobre o passado de Mary, ele não traz muitas surpresas ou reviravoltas como em outros da série, e quando traz elas são praticamente previsíveis, o que para um caso de Sherlock Holmes não é muito agradável.

Vivian Norbury
O episódio é bom na tensão que ele vai criando em seu desenrolar, onde vai dando pistas de que algum dos personagens deverá morrer até o final, como no conto do comerciante de Bagdá e na visita de Sherlock ao aquário, que ao aparecer no final do episódio você sabe que algo grave vai acontecer ali.

A dupla Cumberbatch e Freeman  volta como se esperava, fantástica, e isso dá muito crédito a série, e as atuações deles, e de todo elenco acabam fazendo que nenhum episódio seja ruim, a cena de Sherlock conversando com a bebê Rosemund é de uma fofura extrema, assim como o ódio no olhar de Watson após o fatídico final do episódio.

Um acontecimento do episódio foi um tanto quanto desnecessário pelo que se pode ver até agora e ainda rendeu alguns comentários revoltosos na internet, afinal, porque John Watson estava flertando com outra mulher? Trocas de mensagens na madrugada, tudo muito fora do padrão Watson de ser, e mesmo que digam que isso vai ter relação com o desenrolar da série (se é que vai), não explica do motivo que o recém casado e pai cederia tão fácil a um flerte de uma desconhecida em um ônibus sem nenhum motivo aparente.

A tensão criada com a morte de Mary, um Watson revoltado e culpando Holmes (sem moral agora né!), que começa a ver que seu egocentrismo afeta pessoas ao redor e se mostrando um pouco mais abalado ao final do episódio dão indícios de que boas coisas podem vir por aí nos próximos episódios. Assim espero.

Sherlock é exibida todos os domingos, na BBC One, às 8:30pm (horário de Londres), e no Brasil pode ser assistida on-line pelo FilmOn, às 5:30pm (horário do Norte e Nordeste).

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