Depois de 3 anos de espera a
série da BBC, Sherlock está de volta para alegria dos fãs apaixonados pela
série.
Não sofri tanto com essa longa ausência da série, pois comecei a ver ano passado, mas o pouco tempo já foi de muita ansiedade por essa estreia, e
quanto maior a expetativa, maior a decepção. Eu esperava muito mais por esse
retorno.
A série retorna para a
quarta temporada para contar em seu primeiro episódio a tão misteriosa história
da Mary, mesmo Watson dizendo eu o que importa é o futuro e não o passado,
sabemos que isso é uma grande mentira, precisamos saber sobre o passado de Mary, e obviamente que esse passado veio contado dentro de um caso investigado
por Sherlock.
O episódio vai se
desenvolvendo no começo através de vários casos de Sherlock, assim como já
vimos anteriormente na série, e aproveita esse tempo para recapitular algumas
coisas que ficaram em aberto da última temporada, porém faz isso de forma muito
rápida e superficial, afinal Sherlock simplesmente se livra da acusação de
assassinato por uma alteração de um vídeo. Sério? Simples assim? Alteramos o
vídeo, pronto, tudo certo para a nova temporada, vai daí Holmes! O excelente
final da última temporada merecia mais que isso. E essa resolução simples e
apressada mostra, assim como em muitos momentos do episódio, que temos uma cara
de ser como uma despedida, já mostrando que essa deve ser a última temporada da
série.
O episódio chega na sua
história central, quando Sherlock vai investigar a morte de um menino e essa parte acaba se interligando com a história de Mary Watson, a partir de
pistas nos bustos de Margaret Thatcher que aparecem quebrados em algumas cenas
de crimes, daí o título do episódio “The Six Thatchers”, que só usa o nome,
pois acaba não tendo nenhuma ligação com a trama, fora o fato de uma voz de
mulher com sotaque britânico ao telefone. Os bustos na verdade são uma referencia
a um conto chamado “Os Seis Napoleões”, onde o roubo e destruição de bustos do
imperador francês desencadeiam a trama. Neles foi escondido um pen drive com a
sigla A.G.R.A., assim como aquele queimado por Watson, que continha o passado
de Mary.
O caso que envolve a
narrativa do passado de Mary é bem fraco, explicando de forma muito superficial
a história do porque do A.G.R.A., deixando ela apenas como a junção das letras
dos nomes de 4 integrantes de um esquadrão de elite do qual Mary participava
(ela era o R, de Rosemund, nome que ela dá para a filha) e que trabalhava como
freelance para o governo britânico. Essa história não faz nenhuma relação com o
significado desta sigla em outra história do detetive, servindo apenas como
outra referência a uma outra história, o romance “O Signo dos Quatro”, a
segunda aventura de Sherlock com Watson, um tesouro de pérolas e pedras
preciosas é roubado da cidade de Agra na índia, e os ladroes o dividiriam em
quatro partes iguais. Algumas teorias de internet dizem que serve esse tesouro
na série é o que Mary representa para John.
Mas voltando ao caso sobre o
passado de Mary, ele não traz muitas surpresas ou reviravoltas como em outros
da série, e quando traz elas são praticamente previsíveis, o que para um caso
de Sherlock Holmes não é muito agradável.
Vivian Norbury |
O episódio é bom na tensão
que ele vai criando em seu desenrolar, onde vai dando pistas de que algum dos
personagens deverá morrer até o final, como no conto do comerciante de Bagdá e
na visita de Sherlock ao aquário, que ao aparecer no final do episódio você
sabe que algo grave vai acontecer ali.
A dupla Cumberbatch e
Freeman volta como se esperava, fantástica, e isso dá muito crédito a série,
e as atuações deles, e de todo elenco acabam fazendo que nenhum episódio seja
ruim, a cena de Sherlock conversando com a bebê Rosemund é de uma fofura
extrema, assim como o ódio no olhar de Watson após o fatídico final do
episódio.
Um acontecimento do episódio
foi um tanto quanto desnecessário pelo que se pode ver até agora e ainda rendeu
alguns comentários revoltosos na internet, afinal, porque John Watson estava
flertando com outra mulher? Trocas de mensagens na madrugada, tudo muito fora
do padrão Watson de ser, e mesmo que digam que isso vai ter relação com o
desenrolar da série (se é que vai), não explica do motivo que o recém casado e
pai cederia tão fácil a um flerte de uma desconhecida em um ônibus
sem nenhum motivo aparente.
A tensão criada com a morte
de Mary, um Watson revoltado e culpando Holmes (sem moral agora né!), que começa a ver que seu egocentrismo afeta pessoas ao redor e se
mostrando um pouco mais abalado ao final do episódio dão indícios de que boas
coisas podem vir por aí nos próximos episódios. Assim espero.
Sherlock é exibida todos os domingos, na BBC
One, às 8:30pm (horário de Londres), e no Brasil pode ser assistida on-line
pelo FilmOn, às 5:30pm (horário do Norte e Nordeste).
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